Você lembra do breve perÃodo em que a Chrysler esteve nas mãos da Mercedes-Benz? Iniciadas no final da década de 1990, as boas intenções da aliança salvaram a montadora norteamericana de graves problemas financeiros e pretendiam aumentar a competitividade mundial de ambas, mas levaram apenas a uma sucessão de problemas. Nos dias de hoje, a união com a Fiat dá cada vez mais provas de que foi uma decisão bem mais acertada. Para nós, a mais recente é esta versão do SUV que agora chega ao lançamento oficial.
Guardadas as proporções, as chamadas joint-ventures podem ser entendidas com uma breve associação ao conceito de casamento. Mais ou menos como com as pessoas, uma empresa se associa a outra quando se detectam interesses comuns, neste caso para efetivar a ideia de começar dividindo os custos para no futuro aumentar os lucros. Mas com a convivência também surgem os projetos comuns. Começam em geral com uma cedendo veÃculos à outra para vendê-los em outros mercados, e continua com o uso compartilhado de tecnologias e por fim plataformas – é a evolução que Ford e VW tiveram no começo dos anos 1990 no Brasil, com a Autolatina. Atualmente, a Chrysler está por concluir a separação da Mercedes-Benz, mas já se encontra desfrutando de muitos benefÃcios da união com os italianos. Ou seja, depois de começarem com carros como Fiat Freemont e mais tarde RAM ProMaster, hoje em dia os benefÃcios estão chegando também à s esferas mais tradicionais. A divisão de luxo Lancia, por exemplo, já expandiu suas operações na Europa ganhando modelos da Chrysler e até vendendo outros com essa marca, em alguns paÃses. Já na América do Norte, a famÃlia 500 marcou o retorno da Fiat tanto em hatchback como na inédita versão minivan, chamada 500L. Por outro lado, carros como a versão CRD do Grand Cherokee abandonaram o motor de origem Mercedes-Benz por um de origem italiana.
Estima-se que as primeiras unidades do CRD (anterior ao face-lift que a linha receberá para este ano) chegaram ao Brasil ainda no final do ano passado, mas só agora se faz o lançamento oficial. Ele chega pelo preço de R$ 219.900, e com o mesmo atrativo que sempre garante boas vendas aos utilitários no Brasil: evitar o consumo de um motor grande movido a gasolina mas manter o ótimo desempenho. Trata-se do V6 3.0 24v turbo fabricado pela VM Motori, empresa italiana de propriedade da Fiat. A tecnologia Multijet II atua em parceria com duplo comando de válvulas no cabeçote, bloco de ferro, virabrequim de aço forjado e turbina Garrett de geometria variável. Tudo isso lhe permite chegar a 241 cv de potência e 56 kgfm de torque, força suficiente para fazer o Grand Cherokee ignorar seus 2.347 kg e acelerar de 0 a 100 km/h em 8s2, chegando à máxima de 202 km/h. Tudo isso é comandado pelo câmbio automático sequencial de cinco marchas (com opção de trocas manuais pela alavanca) e, obviamente, tração integral. Como dita a reputação de décadas que este carro exibe com orgulho, esse potencial para enfrentar as mais puras trilhas off-road fica restrito ao lado de fora. Ver a cabine faz pensar que se entrou em um sedã de luxo, seja por causa dos belos revestimentos ou da profusão de itens de conforto e segurança, carregados de tecnologia.